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Pausa da banda BTS interfere na política externa da Coreia do Sul?

O BTS anunciou na última terça-feira (14) um hiato para a realização de projetos pessoais dos integrantes do grupo. A banda de k-pop é uma das maiores representantes da cultura da Coreia do Sul pelo mundo, reunindo fãs por todo o globo. Mas será que a pausa do grupo poderia diminuir o poder da política externa sul-coreana?

Antes de tudo, é preciso entender que o BTS é um exemplo de soft power (poder brando, em tradução livre), conceito das relações internacionais. O termo é explicado pelo professor da Facamp (Faculdades de Campinas) James Onnig como “a capacidade de um país usar dos seus atributos, das suas virtudes, das suas vantagens, para influenciar outros países a acompanhá-lo em alguma medida internacional”

Para Onnig, o hiato do BTS não deve impactar na capacidade da Coreia do Sul em difundir sua cultura pelo mundo, já que o gênero k-pop está consolidado na indústria. “O fato de uma banda acabar não tem nada a ver com a diminuição
do soft power do país. Isso não influencia diretamente. Isso não pode ser
medido, primeiramente, e segundo que é uma característica simples, não tem um
aspecto tão relevante, determinante.
Até porque existem outras bandas e o estilo está consagrado”

Outras formas de promover a imagem de um país pelo mundo é a partir do esporte. O Catar, sede da próxima Copa do Mundo, usará o evento mais importante do futebol para mostrar a bilhões de pessoas por cerca de um mês a cultura do país, pontos turísticos e toda a capacidade da nação em construir um grande evento

O Brasil é um dos grande exemplos de como o futebol pode ser usado como soft power. Os jogadores brasileiros são conhecidos por pessoas de diferentes culturas e levam a imagem do país aos pontos mais remotos do planeta. Em 2004, a seleção brasileira foi recebida por dezenas de milhares de pessoas no Haiti, no que vinha a ser conhecido como Jogo da Paz. Craques como Ronaldinho Gaúcho e Adriano desfilaram pelas ruas da capital do país, Porto Príncipe, antes de derrotar a seleção local por 6 a 0

Outro exemplo de soft power brasileiro é o etanol extraído da cana de açúcar. “O uso de energias limpas no Brasil ou, por exemplo, o
etanol, foi durante muito tempo um soft power brasileiro. Muita gente veio para
cá para entender como a cana de açúcar ajudava na fabricação de combustível”, explica Onnig

O professor da Facamp também destaca a gastrodiplomacia, que é quando um país é reconhecido pelos seus pratos tradicionais, como a Itália é ligada às massas e pizzas

Um dos maiores exemplos de soft power conhecidos é o cinema dos Estados Unidos. A partir das produções de Hollywood, os norte-americanos conseguem transmitir como é a cultura do país, as suas ideias, o seu povo, além de construir a imagem ideológica que desejarem, até mesmo se promovendo como superiores a outros povos

Outra forma de estreitar laços é a Diplomacia do Panda. Assim ficou conhecida a prática da China de presentear países com o animal, que já esteve ameaçado de extinção. O panda era utilizado como forma de aproximação entre Pequim e outros governos

Além da China e dos seus pandas, o presidente da França, Emmanuel Macron, presentou a rainha Elizabeth 2ª com um cavalo da montaria presidencial em homenagem aos 70 anos da monarca à frente do Reino Unido

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